sábado, agosto 24, 2013

A Última Carta



Saudade que chega de mansinho, soprando de leve, carregada pelo vento, pelo cheiro da chuva, pelo calor agradável do pôr do sol.
Saudade que habita a alma, invade os pensamentos. Nos tira o sono à medida que nos faz sonhar.
Saudade que traz consigo a errônea ilusão de que talvez, só talvez, a nostalgia seja recíproca.

Será que te interessaria saber a respeito dos sentimentos existentes em mim? Meu coração adoraria ter a chance de se pronunciar.


São torturantes as horas que passo pedindo, querendo, desejando incansavelmente que você, assim sem querer, se lembre da minha voz e sinta vontade de sentir minha falta.

Que se lembre dos nossos momentos, que se recorde do número do meu celular, que queira ler essas inúmeras palavras que uso para tentar acalmar meu coração enquanto tento acreditar que algum dia você as lerá por vontade própria.

Pode parecer bobagem, mas se eu soubesse que, mesmo raramente, eu apareço em seus pensamentos, em um dia qualquer, e te faço sorrir, seria motivo pra eu ficar feliz por uma semana inteira, ou talvez duas.


Sempre que estou escrevendo uma nova carta, como essa, eu juro a mim mesma que será a última, que nunca mais irei expor meus sentimentos para o nada na esperança de que cheguem até você. Porém minha alma é de um romantismo irreparável, nela contém um poço inesgotável de expectativa e ilusão que faz com que cada vez que eu penso que já descrevi tudo o que sinto, ao reler a carta percebo que não coloquei aqui nem a metade.


Ah como seria maravilhoso poder voltar no tempo, poder ter de novo nossos momentos. 


O som da sua voz tentando me explicar as coisas que eu não sei. 

Coisa que de mim nunca vai sair, sua risada sempre seguida por um "Ahh menina..." Talvez, e eu não sei o porquê, essa seja a lembrança mais real, mais calorosa, mais "minha" que eu tenho de você. Pensar nela faz meu coração doer a ponto de quase chorar. Ela é tão viva, tão linda, tão sem igual para mim. Nenhuma outra pessoa no mundo é capaz de entender isso. Acho que nem mesmo você.

Eu queria que o meu amor fosse aquele tipo de amor com os pés no chão, que não se deixa levar, que sabe e entende a realidade dos fatos. Mas não é assim.


O meu amor é aquele tipo de amor que vem acompanhado da saudade de coisas que eu nunca vi. É um amor com direito a noites em claro sonhando, desejando, passando horas em devaneios, querendo desesperadamente que algum dia tudo aquilo possa acontecer, e que você possa me amar, e que eu possa te olhar, ouvir sua voz, segurar seu coração num abraço tão verdadeiro que seríamos aplaudidos por quem compreende o que é querer alguém.


Do mesmo modo que meus sonhos são apenas ilusões, o meu amor é tão verdadeiro quanto a luz do sol. 



Sabe, acho que essa será mesmo a última carta.


Eu desejo com todas as minhas forças que você possa ler. Que você, mais cedo ou mais tarde, queira ler meus textos. Não para que possa me amar também, nem para que sinta pena de mim, apenas para que você sempre saiba que você é uma pessoa incrível, que conseguiu despertar em um outro alguém, em mim, um amor tão verdadeiro que foi capaz de sobreviver ao tempo e à distância.


Que minha voz chegue até você. 
Que o vento leve até você as lembranças.
Que meu sentimento consiga tocar seu coração.

Por mais que eu não esteja ao seu lado agora, é onde eu mais queria estar.
Essa noite, assim que eu fechar meus olhos seremos só você e eu. E até o dia amanhecer, tudo será perfeito.

domingo, agosto 04, 2013

A Poesia é Você



Vejo a poesia nos dias de chuva, nos dias frios...
No sorriso de uma criança, no barulho do vento...

Sinto a poesia no abraço esperado, no segurar de mãos, no dançar lentamente...
Na saudade sufocante, no beijo roubado...

E em cada palavra dos versos da poesia, está o seu sorriso estampado...